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Observando os sinais dos tempos e de uma chaminé 2h5y22

07/05/2025

Notícias

Foto: Vatican News

A expectativa envolve novamente o povo católico e o mundo inteiro após o pronunciamento do Extra omnes (“Todos para fora”), feito nesta quarta-feira, 7 de maio, em Roma. Com isso, os 133 cardeais eleitores reunidos na Capela Sistina deram início ao Conclave, assumindo solenemente o compromisso de escolher o novo Papa.

Com as portas trancadas, os olhares do mundo se voltam para uma simples chaminé, de onde pode sair fumaça preta — sinal de que ainda não houve consenso sobre o nome do novo Pontífice — ou branca, indicando que o sucessor de Pedro foi escolhido.

Essa chaminé está conectada a duas estufas instaladas dentro da Capela Sistina, por onde a fumaça é liberada: preta, quando a maioria qualificada de dois terços ainda não foi alcançada; e branca, quando o novo Papa é finalmente eleito.

Curiosamente, até a eleição de Bento XVI, o método para gerar as fumaças envolvia a queima das cédulas de votação com palha: palha úmida para fumaça preta e palha seca para fumaça branca. A partir do Conclave de 2013, que elegeu o Papa Francisco, ou-se a utilizar compostos químicos específicos para garantir a clareza das cores.

Segundo informações do Vatican News, o Conclave prevê até quatro votações por dia — duas pela manhã e duas à tarde. Se, após a 33ª ou 34ª votação, ainda não houver definição, realiza-se um turno final e obrigatório entre os dois cardeais mais votados. Mesmo nessa fase, é mantida a exigência de uma maioria de dois terços. Os dois candidatos finalistas, embora ainda elegíveis, ficam impedidos de votar.

Se um dos candidatos alcançar os votos necessários, a eleição é considerada válida segundo as normas canônicas.

Vivemos, nestas horas, uma espécie de tempo suspenso entre o “já” e o “ainda não”. O momento convida à reflexão sobre a missão da Igreja diante do mundo, provocando olhares atentos de teólogos, religiosos, leigos e leigas — o povo de Deus — que, à luz do caminho aberto por Francisco, continua a sonhar com uma Igreja em estado permanente de missão. Uma Igreja “em saída”, que se lança ao encontro da humanidade sedenta de Deus.

Esse é o pastor que a Igreja espera: alguém que dê continuidade à missão de Francisco. Mais do que palavras, espera-se o testemunho de um profeta, capaz de tornar visível a presença de Deus por meio de gestos concretos, sensível à dor do mundo, à Casa Comum e à própria saúde espiritual da Igreja. Um pastor cuja vida esteja alicerçada no seguimento de Jesus Cristo.

Na manhã desta quarta-feira, a Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, celebrada na Basílica de São Pedro, marcou o início formal do processo de eleição. Presidida pelo Cardeal Decano, Dom Giovanni Battista Re, a celebração foi um convite à fé e à responsabilidade diante da escolha do novo Bispo de Roma.

“A eleição do novo Papa não é uma simples sucessão de pessoas, mas é sempre o Apóstolo Pedro que retorna”, afirmou o Cardeal, destacando que o Papa é “a rocha sobre a qual a Igreja é edificada” (cf. Mt 16,18). Em sua homilia, evocou também palavras do Papa São João Paulo II no Tríptico Romano:

“Nas horas da grande decisão através do voto, a imagem imponente de Cristo Juiz, pintada por Michelangelo, lembrará a cada um a grande responsabilidade de colocar as ‘chaves supremas’ nas mãos certas.”

Foto: Vatican News

Ao final, Dom Giovanni Battista Re fez um apelo confiante à oração de toda a Igreja:

“Oremos para que Deus conceda à Igreja o Papa que melhor saiba despertar as consciências e as energias morais e espirituais da sociedade atual — marcada por enorme progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus. O mundo de hoje espera muito da Igreja para a salvaguarda daqueles valores fundamentais, humanos e espirituais, sem os quais a convivência humana não será nem melhor nem benéfica às futuras gerações. Que a Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, nos auxilie com sua materna intercessão, para que o Espírito Santo ilumine os cardeais eleitores e os torne concordes na eleição do Papa que o nosso tempo necessita.”

As palavras do Cardeal ressoam como expressão do anseio da Igreja e sintetizam os principais temas debatidos nas doze Congregações Gerais realizadas antes do Conclave. Elas também nos convidam a reconhecer que a escolha do novo Papa está intimamente ligada aos sinais dos tempos, especialmente às crises que desafiam a dignidade e a vida de todas as criaturas de Deus.

Seguimos, então, neste tempo de espera, entre o agora e o que ainda virá, pedindo que o Espírito Santo conduza este Conclave para que a Igreja receba um novo Pontífice fiel ao Evangelho, comprometido com a paz, a justiça e a missão. Um Papa que continue a fazer da Igreja uma primavera viva para todos os filhos e filhas de Deus. Que os cardeiais sejam dóceis às indicações do Espírito.


Adriana Rabelo Rodrigues