O Louvor à Criação marca o retiro dos benfeitores do PVF em Agudos 3ne1i
04/06/2025
“Louvado sejas, meu Senhor”. Este foi o tema do retiro anual dos benfeitores do Pró-Vocações e Missões Franciscanas (PVF). Baseado no jubileu dos 800 anos do Cântico das Criaturas de Francisco de Assis, todos os momentos do retiro foram marcados pelo espírito de contemplação e alegria fraterna, no louvor com e pelas criaturas na imensurável paisagem do Seminário Santo Antônio de Agudos (SP), que acolheu esses irmãos entre os dias 30 de maio e 01 de junho.

Postulantes do Seminário Frei Galvão, com Frei Jeâ (à esq. com camiseta marrom)
O retiro foi conduzido e organizado pelos colaboradores do PVF e pelos frades que atuam neste trabalho: Frei Jeâ Paulo Andrade e Frei Robson Luiz Scudela. Ajudaram no retiro também, Frei José Antônio Cruz Duarte, residente da fraternidade do seminário, os postulantes do Seminário Frei Galvão e o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, que agradeceu aos benfeitores por tamanha generosidade e, sobretudo, por “acreditarem no ato de benfazer, de simplesmente fazer o bem!”
No primeiro dia do retiro, Frei Jeâ conduziu um momento de oração meditativa que ajudou os participantes a adentrarem no clima de recolhimento. Através de mantras simples, repetição de frases e em um ambiente de silêncio e reflexão, pode-se experimentar como a contemplação e a oração transformaram a vida de Francisco em um verdadeiro ato de louvor, que diante das adversidades da vida era capaz de “iluminar as trevas do coração”.
No sábado (31/05), os participantes iniciaram o dia com o café da manhã e, na sequência, a celebração eucarística, presidida por Frei Jeâ, e concelebrada por Frei Robson. Na primeira parte da manhã, Frei José Antônio introduziu o tema proposto através de uma pergunta: “Quando você louva a Deus?”. Em seguida, deu início às reflexões, apresentando a “imagem sofredora de Francisco” que, como Jó, era capaz de entoar: “Louvado sejas!”, mesmo nas contradições e nos sofrimentos da vida. Frei José mencionou o teólogo Paul Sabatier, apresentando que Francisco foi um grande benfeitor, pois era capaz de enxergar que na face do diferente também existiam coisas boas e elementos de amor, bondade e compaixão. E ainda lembrou que o “pobre de Assis”, mesmo “cego e incapaz de ver as obras criadas, teve a sensibilidade de ver com os olhos do coração e mencionar em seu cântico com total equilíbrio cada elemento que remete à beleza da criação”.
Antes de concluir a reflexão, o presidente a celebração recordou a dimensão fundamental da obediência daquele que é capaz de louvar com sinceridade, apresentando a obediência como “Audire”, ou simplesmente “Escutar”. E completou: “Reconhecer que o ato de escutar e ‘obedecer’ não significa meramente cumprir ordens, mas ‘saber escutar e ver Aquele que chama’, seguindo os os de Francisco que disse: ‘Ninguém me mostrou o que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou’”.

Frei José Antônio com os benfeitores PVF
Na parte da tarde, os participantes realizaram um momento de deserto e meditação. Recebendo papéis e alguns lápis de cor, fizeram a experiência de Francisco ao compor louvores ao Deus Altíssimo, apresentando todas as motivações particulares, histórias ou elementos percebidos, positivos ou negativos, que poderiam transformar-se em formas de louvar e respondendo àquela pergunta inicial, realizada no início das reflexões: “Quando você louva a Deus?”. Após o fim do deserto, todos reuniram-se no verdejante claustro, onde participaram de uma pequena encenação do Trânsito de São Francisco, realizada pelos postulantes, que seguiram até a igreja em cortejo, acompanhados pelo imponente som do órgão, que se juntava às preces e louvores contidos em cada pedaço de papel. Ao chegar no presbitério, contemplando “os últimos momentos de Francisco”, foi cantado o Cântico das Criaturas, que louva o bom Senhor através de todas as suas criaturas, apresentando todas elas como reflexos de seu imenso amor. Após esse momento de contemplação, foram lidos os pequenos louvores, que com sensibilidade foram capazes de transformar situações difíceis e complexas em motivos para agradecer e louvar. O dia frio, que tinha como memória a festa da visitação, terminou com a oração do terço pelas vocações, seguido por um alegre e fraterno bingo com vários prêmios.
No último dia (01/06), o grupo reuniu-se para os momentos finais. Frei Robson agradeceu a presença e a generosidade de todos e apresentou algumas imagens através de vídeos sobre as diferentes frentes de atuação da província, especialmente da missão da Província em Angola. Respondeu às perguntas dos benfeitores e ouviu algumas sugestões para os próximos encontros. Na celebração eucarística da Ascensão do Senhor, às 10h, na capela do seminário, junto da comunidade local, Frei Paulo presidiu a celebração e recordou que “o benfeitor é aquele que deve ser capaz de olhar para o alto e manter os pés fixos no chão e, assim como os discípulos, ser capaz de ser um sinal vivo e pascal, sempre fazendo o bem em memória daquele que ascendeu ao céu”.
- Frei Jeâ
- Frei Robson
- Frei Paulo
“Louvar com e pelas criaturas”, esta foi a expressão que poderia definir as experiências compartilhadas pelos benfeitores ao final do encontro, marcadas pela alegria e pelo sentimento de fraternidade, frutos de um verdadeiro louvor cultivado durante estes dias, que certamente será entoado no cotidiano de cada promotor do bem.
Texto: Postulante Cauã Bertolacini/ Fotos: Postulante Emerson Sabino