Fiéis são convocados a comunicar esperança no quinto dia do Oitavário 1r84p
25/04/2025
Vila Velha (ES) – A figura de Maria, Peregrina que comunica Esperança, ganhou destaque nas celebrações e na visita da Imagem peregrina de Nossa Senhora da Penha neste quinto dia do Oitavário. Na parte da manhã, a imagem ou em dois hospitais: Hospital Santa Rita e HUCAM. No estacionamento do Hospital Santa Rita, quase uma centena de fiéis, entre funcionários, pacientes e familiares se reuniram para receber e saudar Nossa Senhora. Depois, seguiu em procissão para o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moares, onde foi recebida também com carinho e devoção. Emocionados, os fiéis pediam graças à Mãe de Jesus e agradeciam pelo dom de graças e curar recebidas. Em entrevista à TV Gazeta, o Padre Ricardo amani, da Paróquia Virgem Maria, em Itacibá, que também cursou Medicina, comentou sobre a emoção em ajudar a carregar o andor de Nossa Senhora da Penha nesta visita: “Eu já subi muitas vezes esta alameda de outra forma. E agora subir carregando a imagem da Virgem Maria é uma coisa muito especial”, declarou, explicando que, antes de se tornar padre, teve aulas neste mesmo hospital. A visita foi concluída com a celebração da Missa na Capela do HUCAM.
Fotos da Penha Peregrina: Danilo Luca Martins
À tarde, com céu azul e sol forte, os fiéis se protegiam com sombrinhas, chapéus ou panos improvisados.
Antes do início do momento devocional, o guardião, Frei Gabriel Dellandrea, fez uma homenagem às intérpretes da Língua Brasileira dos Sinais, Brígida Mariani Pimenta e Maria Eduarda Pimenta de Oliveira, mãe filha, pela celebração dos 23 anos do reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), como um idioma oficial no Brasil. “Para a comunidade surda, a oficialização da LIBRAS abre muitas possibilidades para a construção de políticas públicas de inclusão”, explicou Brígida, celebrando com alegria a data festiva. A intérprete lembrou ainda que a ibilidade dos surdos às práticas religiosas também é uma necessidade e que a Palavra de Deus deve ser proclamada em todos os idiomas: “O surdo é um cidadão de direito e um Cristão que hoje tem o direito de participar da Festa da Penha na Língua Brasileira de Sinais, graças à compreensão dos freis e da organização da Festa”, comemorou. A LIBRAS é um idioma gestual e por isso os intérpretes e os sinalizantes precisam de um lugar apropriado para possibilitar a comunicação.
Na reflexão durante o momento devocional, Frei Augusto Luiz Gabriel recordou os apresentar a importância do cultivo de uma comunicação que seja capaz de despertar a esperança e a caridade: “Para construirmos uma comunicação verdadeiramente cristã, precisamos de alguns elementos fundamentais que podemos encontrar na vida e no testemunho de Nossa Senhora, a Mãe que nos comunicou a melhor notícia de todos os tempos”, frisou. De acordo com o pregador, a Comunicação Cristã deve privilegiar, primeiramente, a escuta: “Primeiro, escutar a Palavra de Deus, ao modo de Maria, que escutou com paciência e docilidade o anúncio do Anjo de que ela seria a Mãe do Filho de Deus. Fazer o exercício da escuta ativa, onde se procura de fato entrar de corpo e alma na história do outro num esforço de empatia e compreensão”, salientou.
O segundo elemento importante é o diálogo: “O verdadeiro diálogo é um encontro profundo de almas, que se expressa em gestos e palavras. É como a visita feliz e fecunda que Maria fez à sua prima, Isabel, fazendo com que o próprio João Batista vibrasse de alegria do ventre da Mãe quando Maria se apresentou. É um intercâmbio transformador, capaz de atingir o coração da pessoa para muda-la a partir de dentro”, ensinou.
O terceiro, a esperança. Recordando a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações de 2025, Frei Augusto deu algumas dicas para o cultivo de uma comunicação cheia de esperança: – Agir com mansidão e jamais se esquecer do rosto do outro; – Não permitir que os instintos de egoísmo, disputa ou vingança guiem nossa comunicação; – Praticar uma comunicação capaz de curar as feridas da humanidade; – Ser testemunhas e promotores de uma comunicação não hostil, que difunda uma cultura do cuidado, construa pontes e atravesse os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo; – Contar histórias imbuídas de esperança, tomando a peito o nosso destino comum e escrevendo juntos a história do nosso futuro. No momento de bênção, os participantes do Oitavário foram convidados a erguer os celulares com a luz acesa, com o compromisso de realizar uma comunicação cheia de paz e esperança.
A missa, animada e conduzida pela Área Pastoral Serra-Fundão, foi presidida pelo Padre Luiz Fernando Moscatelli, do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), da Paróquia São José de Anchieta, na Serra. A homilia ficou por conta do Padre Vicent Paul Rutaremwa, Missionário Comboniano, que exortou o povo a encher o coração de esperança diante da presença da Virgem da Penha: “Porque se somos peregrinos da esperanã, não podemos vir à Casa da Mãe, Nossa Senhora da Penha, e voltar para casa vazio. Você vai se abastecer de esperança e contagiar todos com que você se encontrar, porque esta esperança se encontra n’Aquele que ressuscitou por nós”, exortou. Padre Vicent recordou ainda que, ao se encontrar com o Ressuscitado, nas Escrituras, na Eucaristia, o Cristão se torna um mensageiro da Paz, presença necessária num mundo tão dividido pela guerra e pelo egoísmo.
No momento da homenagem, no dia em que a Imagem Peregrina visitou dois hospitais, a Área Pastoral Serra-Fundão optou em lembrar os profissionais da saúde, apresentando uma lista de diversas atividades ligadas a esta área profissional: “médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, terapeutas, maqueiros, zeladores, recepcionistas, auxiliares, motoristas de ambulância, profissionais da limpeza, assistentes sociais, agentes comunitários de saúde (ACS), agentes de combate às endemias (ACE), nutricionistas e tantos outros que, com suas mãos e corações, fazem a diferença”, dizia o texto.
Na programação noturna, além do momento devocional, houve o show Oração em Canção, com o Padre Hadeleon Santana e o Cantor Davidson Silva. Nesta sexta, haverá a Romaria dos Militares, às 14h, com saída do portão do Convento. No mesmo horário, no Campinho acontece acolhida com os frades franciscanos e oração da Coroa Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora no Campinho do Convento. Depois tem Devocional e Missa do 6º dia do Oitavário. Às 19h, novo devocional seguido pela Noite de Oração das Mães que Oram pelos Filhos, com Salette Ferreira.
“Há 22 anos venho todos os dias:” fé e superação marcam a caminhada de Edna ao Oitavário
Com voz firme e olhar sereno, Edna de Oliveira carrega consigo uma história marcada pela fé e pela perseverança. Moradora do bairro Engenharia, em Vitória, ES, ela é presença constante no Oitavário de Nossa Senhora da Penha, participando de todas as celebrações, sem faltar um dia sequer. Este ano, já soma cinco dias consecutivos de participação, e assim tem sido por 22 anos.
Para chegar ao Convento, Edna enfrenta uma verdadeira jornada diária: são três conduções para ir e outras três para voltar. Ela sai de casa às 9h30 da manhã e chega ao local por volta das 11h. O retorno é no fim do dia — por volta das 19h30, ela finalmente pisa de volta em casa. Uma rotina cansativa para muitos, mas que para Edna é fonte de renovação espiritual.
Neste ano, sua participação tem um significado ainda mais profundo. “Há quinze dias eu estava em cima de uma cama. Ouvi o anúncio da Festa de Nossa Senhora na televisão e pedi que Ela me apontasse um médico, alguém que pudesse me ajudar”, conta. Foi atendida. Encontrou o médico, conseguiu o remédio — no valor de R$ 280 — com a ajuda de uma pessoa solidária, e iniciou o tratamento.
“Eu não pisava o pé no chão. Agora tem oito dias que estou vindo aqui no Convento, sem dor nenhuma. Graças a Deus”, relata emocionada. Edna acredita que sua recuperação é uma graça alcançada por intercessão de Nossa Senhora. “Eu pedi que Ela me desse forças para vir. E estou aqui. Desde o primeiro dia do Oitavário. E também estive aqui na Semana Santa”. O testemunho de Edna é daqueles que inspiram. Um retrato de fé viva, que se renova todos os dias, entre ônibus, orações e gratidão.
Equipe de comunicação da Festa da Penha:
Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Gustavo Medella, Frei Roger Strapazzon