Comunhão e esperança: Dom Paulo Bosi Dal’Bó reflete o legado do Papa Francisco na Festa da Penha 6l373j
26/04/2025
Vila Velha (ES) – Em clima de profunda devoção e comunhão, milhares de peregrinos da Diocese de São Mateus participaram, na manhã deste sábado (26/04), da tradicional Romaria da Penha, que integra a Festa da Penha 2025. Presidida por Dom Paulo Bosi Dal’Bó, a celebração eucarística teve início às 8h no Campinho do Convento da Penha, sob o tema “Com Maria, peregrinos de Esperança”, convocando os fiéis a seguirem confiantes em meio aos desafios da vida e a celebrarem o Jubileu da Esperança anunciado pelo Papa Francisco.
Logo na abertura da missa, o bispo de São Mateus ressaltou o caráter universal daquela manhã: “No dia em que nós nos encontramos aos pés de Nossa Senhora para celebrarmos mais uma festa em nosso estado, nesse mesmo dia, numa outra igreja dedicada a Maria, o útero desta igreja acolhe a alma de um filho, que ao mesmo tempo é o pai espiritual, o Papa Francisco. Hoje é a Missa da Comunhão, não somente do nosso Regional Leste 3, mas a Missa da Comunhão com a Igreja do mundo todo, que celebra este momento de despedida do Papa Francisco.”
Em seguida, Dom Paulo conduziu os presentes a voltarem o olhar para a imagem peregrina de Nossa Senhora da Penha, anunciando a missão de cada cristão: “Convido a todos e a todas a voltarmos o nosso olhar para o centro do nosso espaço celebrativo, para acolhermos a imagem peregrina de Nossa Senhora da Penha cantando.”
Homilia: da Páscoa à despedida do Papa Francisco
Na homilia, o bispo estendeu sua reflexão pascal ao recente falecimento de Francisco, ressaltando o vínculo entre a ressurreição de Cristo e a missão de todo líder que anuncia o Evangelho “Amados presbíteros, diáconos, religiosos, religiosas, seminaristas, todo o povo santo de Deus… Um tempo forte este ano. Aquele ou aquela que faz a experiência do Cristo ressuscitado não sai dessa experiência o mesmo. Se transforma completamente para a missão.”
É nesse espírito que, segundo Dom Paulo, o Papa Francisco também viveu o seu pontificado, alternando aplausos e desafios, mas sempre movido pela confiança em Cristo: “Pedro e João, que fazem a experiência do túmulo vazio, partem para a missão… E assim aconteceu com o Papa Francisco, não é diferente”.
O bispo recordou o momento em que o pontífice “fechou os olhos” para esta vida, na manhã de 21 de abril, e falou da coincidência de sua despedida ocorrer na Basílica Papal de Santa Maria Maior, “o coração mariano de Roma”: “Após um período de enfermidade e de muita luta, os olhos do Papa Francisco se fecharam. Lentamente, como se estivesse em profunda e silenciosa oração, ele se despediu desta vida terrena e entrou para a vida plena no céu”.
Recordando as promessas de Jesus aos discípulos, Dom Paulo sublinhou o verdadeiro “caminho, a verdade e a vida”: “Jesus nos dá uma dica importantíssima para chegarmos à morada eterna: reconhecê-lo como o caminho, a verdade e a vida. ‘Ninguém vai ao Pai se não por mim’”.
Ao falar àqueles que enfrentam o luto, estendeu as palavras de consolo a cada família: “A dor, a saudade e o vazio não desaparecerão de um momento para o outro. Mas Deus dará a força necessária para que familiares, parentes e amigos istrem da melhor forma possível a ausência de quem amamos”.
Saudade, memória e legado
Dom Paulo destacou ainda como a saudade, embora intensa, torna-se semente de esperança: “Quando sentimos saudades, conseguimos perceber como o outro está tão presente e próximo de nós. As memórias irrigam a esperança, ganham vida e mostram como nada as consegue apagar”.
E concluiu sua homilia com uma forte exortação a manter viva a chama do serviço e da humildade que marcou o pontificado franciscano: “Deus seja louvado pelo sim do Papa Francisco, pelo serviço prestado à Igreja de Cristo e por sua presença marcante na história da humanidade. Que ele descanse em paz nos braços do Pai Maior, no jardim da eternidade”.
Ao final, Dom Paulo convidou todos a renderem uma salva de palmas em homenagem ao pontífice que, em suas próprias palavras, “transformou sua autoridade em serviço” e deixou como legado “um olhar privilegiado para os pequenos, os pobres e os excluídos”.
Equipe de comunicação da Festa da Penha:
Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Gustavo Medella, Frei Roger Strapazzon
Fotos: Divulgação da Festa da Penha